Remando contra a maré: Programa Escola da Terra, Radicalidade Pedagógica e Emancipação
DOI:
10.37084/REMATEC.1980-3141.2023.n45.pe2023013.id551Palavras-chave:
Educação do Campo, Formação de Professoras/es, Escolas Multisseriadas, Ensino de Ciências e Matemática, Educação FreireanaResumo
O artigo pauta a formação permanente de professoras/es efetivada pelo Programa Escola da Terra, das Águas e das Florestas com docentes que atuam nas escolas rurais multisseriadas, destacando questões históricas, legais e intencionalidade na maneira como se concretiza o Ensino de Ciências e Matemáticas mediatizado pelos saberes tradicionais dos povos do campo. O Objetivo analisar o trabalho desenvolvido pelo Programa Escola da Terra, implementado no município de Bujaru/Pará, tendo em vista sua radicalidade pedagógica e emancipação em relação ao ensino de Ciências e as Matemáticas. O Método envolveu a investigação bibliográfica, documental e de campo, no ano de 2020/2021. O Lócus de investigação foi o município de Bujaru, no Nordeste Paraense e o estudo se orientou com as contribuições do Materialismo Histórico-dialético. Os Resultados obtidos indicam paradoxos, limites e conquistas referentes à formação de professoras/es da educação do campo, a forte tendencia que essas/es educadoras/es expressam em suas falas e práticas pedagógicas na orientação de um currículo embasado na pedagogia freireana, utilizando a dialética da práxis como força motriz que mobiliza o diálogo entre os saberes dos povos tradicionais e camponeses e o conhecimento científico, especialmente nas áreas de Ciências e Matemáticas. A Conclusão apontou para existência do diálogo entre os conhecimentos escolares e os saberes tradicionais que orientam uma formação contra-hegemônica, imprescindível para a superação das desigualdades sociais e da invisibilização desses povos.
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