Mobilizando histórias na formação inicial de educadores matemáticos: memórias, práticas sociais e jogos discursivos
DOI:
10.37084/REMATEC.1980-3141.2021.n.p120-140.id324Palavras-chave:
Formação de professores de matemática, histórias, memórias, práticas sociais, jogos discursivos, problematização indisciplinarResumo
Na primeira parte deste artigo, compartilhamos e elucidamos nossa forma particular de mobilizar histórias em algumas disciplinas dos cursos de graduação da formação de professores de matemática oferecidos pela Universidade Estadual de Campinas e pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no Brasil. Essa forma de mobilização pode ser caracterizada como um conjunto de problematizações indisciplinares coletivas que incidem sobre sucessivas investigações realizadas pelos participantes desses cursos. Essas investigações tomam como objeto práticas mobilizadoras da cultura matemática. Essas práticas são realizadas por diferentes comunidades constituídas por - e constituintes de - diferentes atividades humanas. Na segunda parte deste artigo, nosso objetivo é problematizar nossa forma de mobilizar histórias, contrastando-a com a perspectiva teórica da aprendizagem expansiva, do modo como foi defendida por Yrjö Engeström, em seu artigo Non scolae sed vitae discimus - para a superação do encapsulamento da aprendizagem escolar. Vamos também destacar o papel que este pesquisador atribui à história em seu modelo de aprendizagem expansiva, perspectiva que se coloca no desenvolvimento da pesquisa contemporânea sobre a teoria da atividade.
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