Balanças: as rotas de uma herança ancestral

Autores

DOI:

10.37084/REMATEC.1980-3141.2023.n45.pe2023006.id545

Palavras-chave:

Pesos e medidas, Balanças, História das Ciências, História da Matemática

Resumo

Neste artigo, faço uma digressão histórica de um instrumento que, ao longo dos milênios, se tornou fundamental para as transações comerciais: a balança. A necessidade de mensurar a massa dos objetos foi posterior às demandas por precisar as medidas lineares e de volume. Desde os seus primórdios na civilização egípcia, com suas finalidades rituais, as balanças percorreram um longo ciclo, atendendo às cerimônias sagradas e às imposições seculares. Este percurso se liga às práticas socioculturais. Com as balanças, também nasceram as unidades de massa, distintas nos diversos núcleos que as gestaram. Balanças justas e pesos justos são também referidos na Bíblia. Foram criados novos tipos de balança e modos de aferição atendendo às necessidades de cada época, lugar e aos avanços tecnológicos. Este longo percurso culmina com a mais recente redefinição do quilograma, estabelecida na segunda década do século XIX, quando o valor da Constante de Planck passou a ser empregado para se calibrar as balanças de precisão.

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Biografia do Autor

Elenice de Souza Lodron Zuin, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Doutora em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Universidade de Lisboa. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Endereço para correspondência: PUC Minas - Av. Itaú, 505 - 3º andar - sala 319 - Dom Cabral - Belo Horizonte - MG, 30535-012.

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2023-09-23
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Como Citar

ZUIN, Elenice de Souza Lodron. Balanças: as rotas de uma herança ancestral. REMATEC, [s. l.], v. 18, n. 45, p. e2023006, 2023. DOI: 10.37084/REMATEC.1980-3141.2023.n45.pe2023006.id545. Disponível em: http://www.rematec.net.br/index.php/rematec/article/view/545. Acesso em: 11 maio. 2024.