A Tradução da Linguagem Matemática na aprendizagem da Geometria por estudantes da Educação Básica

Autores

DOI:

10.37084/REMATEC.1980-3141.2019.n31.p63-81.id188

Palavras-chave:

Educação Matemática, Tradução da linguagem matemática, Aprendizagem de geometria, Wittgenstein

Resumo

O presente artigo tem como objetivo investigar acerca do processo de tradução da linguagem matemática para a língua natural durante a aprendizagem de matemática. Para tanto, fizemos uma intervenção em sala de aula com um grupo de alunos do Ensino Fundamental, da escola estadual Brigadeiro Felipe, em Arraias (TO). A produção do material empírico constituiu-se da aplicação de um questionário e de atividades com conteúdos de geometria plana. Assumimos como base teórica a filosofia madura de Wittgenstein, na qual esse autor destaca que traduzir é um jogo de linguagem, pois se constitui a partir do domínio de técnicas. As análises revelaram uma compreensão referencial da linguagem indicando a linguagem matemática exclusivamente como uma simbologia que representa o conceito matemático. Indicaram ainda que a tradução da linguagem matemática se revela como uma necessidade interna à própria matemática e que ao estabelecer diferentes jogos de linguagem favorece a sua aprendizagem. Desse modo, percebemos que as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas à tradução equivocada da linguagem matemática para a língua natural do estudante em virtude de que os significados atribuídos aos conceitos aprendidos não favorecem a compreensão e aplicações da matemática em variados contextos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ÁVILA, G. S. S.. Várias Faces da Matemática: tópicos para licenciatura e leitura geral. 2ª. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.

CARDOSO, L. F. Dicionário de Matemática. Porto Alegre: Lexikon Editora Digital, 2007.

COSTA, N. Introdução aos fundamentos da matemática. 3ª ed. São Paulo: HUCITEC, 1992.

BORBA, M. C; ARAÚJO, J. O. Construindo pesquisas coletivamente em educação matemática. In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. O. (Org.). Pesquisa qualitativa em educação matemática. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

BOUVERESSE, J. Wittgenstein: la rime et la raison (Science, Èthique et Esthétique), Paris: Les Editions Minuit, 1973.

BRUTER, C. P. Comprendre Les Mathématiques. Odile Jacob, 1998.

CONDÉ, M. L. L. Wittgenstein: linguagem e mundo. São Paulo: Annablume, 1998.

DAVIS, P. J.; HERSH, R. A Experiência Matemática. Tradução de João Bosco Pitombeira. 4. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.

FOLENA, G. Volgarizzare e Tradurre. Editora: Unione Tipografico-Ed: Turin, 1991.

GOTTSCHALK, C. M. C. A Natureza do Conhecimento Matemático sob a Perspectiva de Wittgenstein: algumas implicações educacionais, Cad. Hist. Fil. Ciência, Campinas, Série 3, v. 14, n. 2, p. 305-334, jul.- dez. 2004.

GOTTSCHALK, C. M. C. Reflexões sobre Contexto e Significado na Educação Matemática. In: VII ENCONTRO PAULISTA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 2004, São Paulo. VII Encontro Paulista de Educação Matemática. São Carlos: Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2004. v. único. p. 1-9.

GOTTSCHALK, C. M. C. A construção e transmissão do conhecimento matemático sob uma perspectiva wittgensteiniana. Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 75-96, jan./abr. 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622008000100006

GLOCK, H. J. Dicionário Wittgenstein. Tradução de Helena Martins. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.

GRAYLING, A. C. Wittgenstein. Tradução de Milton Camargo Mota. São Paulo: Loyola, 2002.

MEIRA, J. L. A Tradução da Linguagem Matemática na aprendizagem da Geometria por estudantes da Educação Básica: perspectivas para a Educação Matemática. 166f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, Instituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará, Belém, 2018.

MORENO, A. R. Introdução a uma pragmática filosófica: de uma concepção de filosofia como atividade terapêutica a uma filosofia da linguagem. Campinas: editora da Unicamp, 2005.

MORENO, A. R. Wittgenstein e os valores: do solipsismo à intersubjetividade. Natureza Humana 3(2), ): 233-288, jul.-dez. 2001.

RORTY, R. Wittgenstein e a virada linguística, 1992. http://ghiraldelli.files.wordpress.com/2008/07/rorty_virada.pdf. acesso em 25 nov. 2010.

SILVA, P. V. O aprendizado de regras matemáticas: uma pesquisa de inspiração wittgensteiniana com crianças da 4ª série no estudo da divisão. 102f. (Dissertação de Mestrado), Instituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011.

SILVEIRA, M. R. A. Produção de sentidos e construção de conceitos na relação ensino/aprendizagem. 176f. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Porto Alegre, 2005.

TUGENDHAT, E. Wittgenstein I: A impossibilidade de uma “Linguagem privada”. Tradução Plínio Junqueira Smith. Revista do CEBRAP. n°. 32 de 1992. 14 páginas. Disponível em: http://novosestudos.uol.com.br/produto/edicao-32/. Acesso em : 20 set. 2011.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas (IF). Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Nova cultural, 1999 (coleção os pensadores).

WITTGENSTEIN, L. Zettel (Z). Tradução de Ana Berhan da Costa. Lisboa: Edições 70, 1989.

Downloads

Publicado

2019-09-14
Métricas
  • Visualizações do Artigo 187
  • PDF downloads: 78

Como Citar

LIMA MEIRA, Janeisi de; ABREU DA SILVEIRA, Marisa Rosâni. A Tradução da Linguagem Matemática na aprendizagem da Geometria por estudantes da Educação Básica. REMATEC, [s. l.], v. 14, n. 31, p. 63–81, 2019. DOI: 10.37084/REMATEC.1980-3141.2019.n31.p63-81.id188. Disponível em: http://www.rematec.net.br/index.php/rematec/article/view/168. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)